"Educa a criança no caminho em que deve andar e quando envelhecer não se desviará" Prov.
domingo, 28 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Prontinho para aula de futebol no Santer.....tô ansioso mamãe!
Questionar as regras do jogo é uma oportunidade de ajudar a formar cidadãos críticos.
Foto: Silke Woweries
Foto: Silke Woweries
Futebol, como todo esporte, educa. Isso é certo. E, no contexto da aprendizagem, o futebol deixa de ser negócio milionário e produtor de craques-celebridades para se tornar a mais pura brincadeira. Essa é a essência do jogo; e, a partir dos 6 anos, já é possível formar times, estabelecer regras simples e deixar os pequenos bem à vontade para aprender a lidar com diversas situações, desde treinar a coordenação motora para amarrar a própria chuteira até aceitar o fato de que não gostam de futebol. Sim, isso acontece com as crianças do nosso país. "Não é porque o pai pendurou a chuteira no quarto da maternidade que o filho vai ser apaixonado pelo esporte. Pelo contrário, cerca de 40% dos estudantes apresentam muita resistência a entrar em campo", revela Marcos Mourão, professor de educação física da Escola da Vila, em São Paulo. Então, o que fazer com esses alunos e também com os tímidos ou desajeitados? "Aceitá-los como são e incluí-los na brincadeira, que precisa de gente nos bancos de reserva, na torcida, de um fotógrafo registrando a partida, de um gandula. Muitas vezes, os pequenos começam a pegar gosto pelo jogo participando de maneira indireta e fazendo todos os papéis, não só o de craque", diz o professor.
E vale o alerta para os pais fanáticos: mesmo que meninos ou meninas gostem muito de jogar, a prática deve ser descompromissada de resultados e pressões até os 11 anos. Se a criança estiver em uma escolinha de futebol, é preciso se certificar de que a carga de exercícios e movimentos repetidos não está passando da conta. "Os brasileiros sempre foram famosos por aprender a jogar de forma espontânea, e não na cartilha como fazem os europeus. Sempre ganhamos deles com essa nossa ginga", afirma Mario Luiz Ferrari Nunes, líder do Grupo de Pesquisa em Educação Física Escolar da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Para ele, a preocupação precoce em formar atletas pode sobrecarregar a criança, que não vai viver o lúdico, e sim ser privada da possibilidade de desenvolver o improviso, a espontaneidade. "Curtir a beleza do drible, da artimanha para vencer o adversário, pode ser mais divertido e valer tanto quanto marcar o gol."
O campo, o gol, a autoridade de um juiz criam o contorno para a disputa de 11 contra 11, todos obedecendo às mesmas regras (sejam simplificadas ou mais complexas, conforme o nível do aprendizado). Além de treinar os passes e a corrida, o que favorece o crescimento, a criança exercita a relação com a autoridade do juiz, a autonomia das jogadas, o respeito pelos outros jogadores. "Durante uma partida informal, os aspectos emocional, físico e motor estão ativados ao mesmo tempo, o que é muito rico", explica o professor Marcos. "Ansiedade, inseguranças, questionamentos podem vir à tona e ser processados no jogo ou em conversas com a turma. Isso inclui as questões éticas." Marcos dá um exemplo: "O menino viu que o goleiro se machucou. Ele deve lançar a bola ou pedir ao juiz para interromper a partida e só recomeçar quando todos estiverem bem? O que cada um acha?"
É muito comum que, dentro e fora de campo, as crianças e os adolescentes questionem as regras, e aí o futebol dá outra oportunidade: a de formar cidadãos críticos. "Quanto mais eles participam da construção das regras, quanto mais questionam e entendem o porquê de o jogo ser como é, mais comprometidos ficam em cumprir o combinado", diz Marcos. Isso também vale na hora de os pais estabelecerem limites em casa. "É preciso explicar para que os filhos compreendam que as negativas não são apenas autoritárias mas formas de ampliar a liberdade e as possibilidades de ação. O goleiro não pode segurar a bola com a mão, para não atrasar a partida. Essa é uma estratégia para que o jogo fique ágil", argumenta. "O futebol ainda ensina as crianças a ser rápidas, como o mundo em que vivemos."
Esse ambiente circunscrito e os combinados são um treino para que as crianças e os adolescentes aprendam como resolver as questões em grupo.
"O futebol tem o poder de transformar pessoas e torná-las mais fortes para enfrentar a vida".
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016
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